PAI: AMOROSO PROTETOR

Dia dos Pais 2006

( 14 textos, 11 autores )

Mário Ottoboni / Grace Spiller / Alice Giliolli Bisi / Irani Genaro (Iranimel) / Lydia Prando de Souza

Alberto Peyrano / Ógui Lourenço Mauri / Marilena Trujillo / Ilka Bosse / Antonia Nery Vanti (Vyrena) / Maria da Fonseca

Iniciamos a ciranda com o texto IMAGEM DE PAI, de autoria de Mário Ottoboni, que nos foi enviado pelo amigo e poeta ERON FREITAS.

Muito grata a você, amigo Eron.

 

 

IMAGEM DE PAI

Autor: Mário Ottoboni

 

 

 

Existe um homem que se esmera no cumprimento do dever para dar bom exemplo; 

que fica humilde, quando poderia se exaltar; 

que chora à distância, a fim de não ser observado; 

que, com o coração dilacerado, se embrutece para se impor como juiz inflexível; 

que, na ausência, usam-no como temor para evitar uma ação menos correta; 

que, quase sempre, é chamado de desatualizado; 

que, apenas fisicamente, passa o dia distante, na labuta, por um futuro melhor; 

que, ao fim da jornada, avidamente, regressa ao lar para levar muito carinho e,

às vezes, pouco receber; 

que está sempre pronto para ofertar uma palavra orientadora

ou relatar uma atitude benfazeja que possa ser imitada; 

que, muitas vezes, passa as noites mal dormidas

a decifrar os segredos da vida,

para transmitir ensinamentos sem as naturais vicissitudes; 

que, quando extenuado, ainda consegue energias para distribuir confiança; 

que é tão humano e sensível, por isso,

normalmente, sente a ausência do afeto que lhe é dado raramente

e de forma pouco comunicativa;

que vibra, se emociona e se orgulha pelos feitos daqueles que tanto ama...

Esse homem, geralmente, se agiganta e passa a ser valor inexorável

quando deixa de existir para Sempre.

Nunca perca, pois, a oportunidade de devotar muito carinho e amizade

àquele que é seu melhor amigo:

SEU PAI!

 

 

 

 

 

PAPAI, EU TE AMO!

Grace Spiller

 

 

 

Hoje, dia especialmente escolhido

para homenagear-te, eu te comemoro, 

ofertando-te um tanto mais de meu carinho...

Querido paizinho, quero que saibas:

cada dia que desperto e te vejo assim,

feliz, sorrindo pra mim,

meus olhinhos brilham mais

e meu pequeno coração se duplica,

amoroso,

na ânsia de abrigar a enorme alegria

que sinto por te ver...

Simplesmente por te ver!

 

Ah, papai, será que imaginas o significado

do teu sorriso pra mim,

quando, observando-me,

aprovas e aplaudes o meu desenvolvimento

no decorrer de cada dia?

 

Será que fazes idéia

de minha percepção e receptividade,

quando me deparo com esse teu riso franco e aberto,

cheio de amores por mim?

 

Ah, papaizinho, nesses momentos

- tão nossos, tão mágicos,

minha pequenina alma, feito rosa desabrochando,

mais se amplia e se estende em tua direção,

ávida por colher e acolher o perfume do teu amor,

a luz do teu sorriso - elos que só nos fortalecem!

 

Paizinho querido, eu, teu filho,

uma pequenina semente de tuas entranhas,

 

tão amorosamente depositada em minha mãezinha

e adubada com tanta alegria e carinho,

digo-te e dir-te-ei sempre,

entre beijos e sorrisos (flores que me ofereces diariamente):

Eu te amo, papai!

Amar-te-ei sempre,

pois tu és o paizinho que eu queria

e os Céus generosamente me enviaram!

 

Muito grato por me teres escolhido!

Beijos e amor, do teu filhinho...

(amor do Luquinha para o papai Ricardo)

Agosto/2006

 

 

 

 

 

AO NOSSO QUERIDO PAI...

por Alice Giliolli Bisi

 

 

 

Ao nosso querido pai uma simples homenagem...

Dele nunca falamos, talvez por falta de coragem!

Era um homem humilde, com um grande coração

E na nossa inocência não tínhamos noção...

 

O seu nome era Santo, o seu coração também,

Pois não media esforços para fazer o bem!

Quem com ele conviveu só tem boas lembranças,

Ele não tinha nenhuma maldade e amava muito as crianças!

O Ric que o diga, pois com ele muito brincou!

Talvez tenha lhe dado broncas, mas foi porque muito o amou!

 

Eu sinto muita tristeza por não ter-lhe proporcionado

Uma vida mais tranquila e feliz ao nosso lado...

Mas saiba, pai querido, o que nunca pude dizer:

O meu amor é muito grande, pena que não dá pra ver!

A gratidão nem se fale - por tudo o que nos ensinou,

Principalmente a honestidade, que nunca lhe faltou!

 

Hoje, faço o que me pediu e da mamãe cuido eu...

Foi a promessa que lhe fiz naquela carta que você leu!

O destino se encarregou de me ajudar a cumprir

O que você desejou e me pediu a sorrir...

 

Saiba, querido pai - aqui estão suas filhas,

Cuidando da sua esposa e de toda a família...

Essa família Giliolli, que você tão bem formou,

São todas as suas mulheres, que você tanto amou!

 

A minha grande felicidade é saber que um dia

Vamos nos encontrar na mais pura alegria!

Aí, então, poderemos dizer tudo o que vier,

Dar muito amor um ao outro e todo o carinho que quiser!

 

Agora, paizinho querido, eu só posso desejar

Que você esteja muito feliz, no lugar em que foi morar!

Quem lhe diz tudo isso é sua filha querida:

O seu nome é Alice e foi a sua escolhida,

Para cuidar do seu tesouro - a sua morena, a Hilda,

A quem você tanto amou e por quem daria sua vida!

 

Pai, que a paz de Jesus esteja junto de você!

Peço a sua benção!

Beijos da filha Alice...

 

 

 

 

 

 

VOVÔ...

Grace Spiller

 

 

 

Querido vovô,

Eu,

Pequeno fruto de tua sementeira,

Nada sei da vida,

Do passado e do futuro.

Só sei do presente...

Do"presente" que "tu" és,

VOVÔ, em minha vida!

 

Teus risos e sorrisos,

Teus aplausos e incentivos,

Teu colo aconchegante,

Tua paciência e, principalmente,

Tua compreensão de

 

Minha linguagem peculiar...

Isso é tanto pra mim, vovô!

E me conhecendo já sabes,

Mas mesmo assim vou dizer:

Eu te amo, vovô!

És muito especial pra mim - sempre serás!

 

Beijo carinhoso, do seu neto...

(amor do Luquinha para os vovôs Jair e Yochi)

Agosto/2006

 

 

 

 

 

UM HOMEM QUE EU AMEI

Irani Genaro (Iranimel)

 

 

 

Pai!

Está bem viva,

Cálida, penetrante,

A lembrança dos teus atos

Que me me farão

Perpetuamente recordar

Tua maneira de ensinar. . .

 

Lembro-me, da tua preocupação

Com minha saúde e segurança,

Quando eu ainda criança,

E, na rua, queria brincar.

 

Nem sempre podia, eu sei!

Minhas crises de bronquite

O obrigaram a ser rigoroso,

Muito embora fosse penoso

Ver-me sempre trancada em nosso lar.

 

Mas, eu ficava na janela...

Lembra pai?

A criançada lá fora

Brincando de roda ou de bola,

E eu não podia brincar.

Às vezes as lágrimas 

Rolavam em meu rosto.

 

O médico proibiu, eu sei,

Eu lembro bem das advertências:

Não me cansar,

Evitar ventos,

Não tomar sereno,

Não me molhar!

 

Pai!

Ainda lembro até do gosto do "Pirasma",

O remedinho nojento!

Mas, me fazias tomar,

Afinal, essa era uma das armas

Que acalmavam as crises de asma.

 

Quantas e quantas noites

Deixaste o aconchego das cobertas,

Pois alerta estavas sempre a me cuidar!

Mal eu começava a tossir,

Eras tu quem vinhas para me acudir,

Pois a mamãe, também, era doente!

 

Ah! Se não fossem os teus cuidados,

A tua perseverança,

Provavelmente esta tua criança,

Não estaria mais aqui!

 

Sim, pai!

Eu sofri, tu sofrestes,

A mamãe também sofreu!

Porém o sacrifício valeu,

Eu me livrei da doença.

 

 

Hoje quero te dizer:

Obrigada, Papai querido!

Foste meu melhor amigo,

Um dos homens que eu mais amei

 

 

 

 

 

PAI

Lydia Prando de Souza

 

 

 

A luta pela vida no dia a dia,

tirou-lhe a agilidade, o vigor e a energia,

que outrora sempre alegrou nosso lar.

 

Você foi além de pai o melhor amigo,

que nos folguedos brincava comigo,

de bola, de pais, de luta e corrida...

 

Você foi o esteio forte, a presença constante.

No lar nunca houve briga, nem despedida;

Sempre honrou a promessa do altar,

fidelidade até a morte.

 

Hoje, embora já velhinho,

de passos trôpegos,

mãos trêmulas e voz entrecortada,

os olhos brilham de emoção

ao ver ao seu redor toda criançada.

 

Reviva meu velho, a sua mocidade!

Através dos netos e bisnetos

você será lembrado na posteridade.

 

Vibre meu velho...

Meu herói de pijama!

Desejo que todos os filhos tenham um pai como você!

Receba o pleito de gratidão deste filho que lhe ama!

 

 

 

 

 

APRENDER JUNTO A VOS

© Alberto Peyrano

 

 

 

Su amistad, fue el domingo de mi niñez y

el cuaderno de colegial que no supe comprar.

Yo viví madurando en mi corazón el modelo

de su canción: manos de par en par.

 

Vuelvo a ver una mano apoyada en mí,

horizontes de porvenir en sus ojos y en mí.

Su cantar, fue enseñarle a mi voluntad que trabajo,

lealtad y amor nos permiten triunfar.

 

Comprendí que tu vida nació para mí,

que aprender junto a vos fue mejor,

porque siendo mi viejo me diste razón para ser y sentir;

que crecer fue un trabajo que hicimos los dos,

y aunque el tiempo nos deja un dolor,

vos quedarás en mí. 

 

 

 

 

 

AO MEU PAI, NO ALÉM...

Ógui Lourenço Mauri

 

 

 

Meu pai, você continua vivo em meu coração,

embora não esteja mais no meu convívio;

 

é pensando em você que recobro o alívio

e sinto que de onde está ainda me dá a mão.

 

Tenho como bússula a sua figura no além,

conferindo minhas vitórias e meus fracassos;

sei que está aí, acompanhando meus passos,

noto sua força me encaminhando para o bem.

 

Sua abrupta partida para um Plano Superior

sequer interrompeu os seus ensinamentos,

pois eles me surgem em todos os momentos,

como postulados, afeitos ao trabalho e amor.

 

À minha prole tenho repassado sua diretriz,

que fez de mim um homem à sua semelhança,

adepto da luta, sem nunca perder a esperança

e um condutor persistente, de uma família feliz.

 

Às vezes me dá uma vontade incontida

de irmos juntos a um estádio de futebol,

torcer pelo "Verdão", com chuva ou com sol,

os dois alegres ou tristes ao final da partida.

 

Ainda sinto falta de sua indisfarçável satisfação

ao contar aos amigos os avanços de cada filho;

nessas horas, seus olhos revelavam tanto brilho,

pondo à mostra as dimensões dum paternal coração.

 

Quem me dera estar este seu filho agora

comprando seu presente para o Dia dos Pais,

preocupação gostosa, que não terei jamais...

Que pena, meu Velho, que já tenha ido embora!

 

Ógui Lourenço Mauri 05.08.2004

 

 

 

 

 

A MI PADRE, EN EL CIELO...

Ógui Lourenço Mauri

 

 

 

Padre mío, tú continuas vivo en mi corazón,

aunque no estés más en mi convivencia;

es pensando en ti, que recobro el alivio

y siento que de dónde estés aún me das la mano.

 

Tengo como brújula tu figura en el cielo,

confiriendo mis victorias y mis fracasos;

sé que estás allí, acompañando mis pasos,

noto tu fuerza encaminándome para el bien.

 

Tu repentina partida para un Plano Superior

no interrumpió tus enseñanzas,

pues ellas me surgen en todos los momentos,

como postulados, afectos al trabajo y amor.

 

A mis críos les he traspasado tu directriz,

que me hizo un hombre a tu semejanza,

adepto de la lucha, sin nunca perder la esperanza

y un conductor persistente, de una familia feliz.

 

A veces me dan ganas incontenibles

de irnos juntos a un estadio de fútbol,

alentar al "Verdão", con lluvia o con sol,

los dos alegres o tristes al final del partido.

 

Aún siento falta de tu sincera satisfacción

al contarles a los amigos los avances de cada hijo;

en esas horas, tus ojos confesaban tanto brillo,

mostrando las dimensiones de un paternal corazón.

 

Como quisiera estar éste tu hijo ahora

comprándote el regalo para el Día del Padre,

preocupación deliciosa, que no tendré jamás...

¡Qué pena, mi Viejo, que ya te hayas marchado!

 

Ógui Lourenço Mauri 05.08.2004

Versión en Español: David Yauri www.lalenguaespanola.com.br

 

 

 

 

 

UM CERTO MANOLO...

Marilena Trujillo

 

 

 

Hoje é o seu Dia, aquele dia que me fazia

Antes preocupada, ansiosa, eufórica,

Pensando na surpresa que faria

E no seu sorriso largo,

tão bom de se ver,

Aquele seu ar de menino ainda...

 

Tudo era festa e riso, música e dança...

A família reunida, seu prato predileto,

O vinho, seus casos narrados com graça...

Ah... como me envolviam!...

 

A Tv ligada, seu colo, seu abraço

E por fim a dança, o tango,

E eu levada por seus braços...

De mestre, dançarino de primeira...

Gargalhadas, abraços, beijos, carinhos...

Festa... só festa!...

 

Hoje o vazio, a saudade imensa e dolorida

De um homem maravilhoso, um certo e doce Manolo que passou

Por minha vida!

 

Mary Trujillo

 

 

 

 

 

 

ÉS PAIZÃO!

Ilka Bosse

 

 

 

Do mundo és CIDADÃO

És guerreiro

És CRIAÇÃO

És magia e doação

És PAI presente...

Aos olhos 

Muitas vezes, pareces

Inconseqüente

Quando te fazes ausente

Na labuta

Na disputa

Pelo pão de cada dia

Tanto que parece

Aquele PAI: "tô nem aí"

Que dos filhos esquece

Ou então:

Aquele pai CAPITÃO!

MANDÃO!

Na verdade PAI-zelador

Doando seu AMOR

PAI-PERDÃO...

Agora te digo:

PAI AUSENTE

Mesmo no ALÉM

Sabes te fazer presente

Cumpristes tua missão

Semeastes a SEMENTE

Da Presença constante

Em meu CORAÇÃO.

Esteja onde estiver

AMO-TE DE PAIXÃO

E SERÁS SEMPRE O MEU PAI!

És PAIZÃO!

 

Autora: Ilka Bosse

 

*Bailarina das Letras*

Direitos autorais reservados

Blumenau- 08/08/1995. >>>

ilka.bosse@terra.com.br <<<

 

 

 

 

 

SER AVÔ

Antonia Nery Vanti (Vyrena)

 

 

 

Ele ou ela?

Não se sabe ainda...

Mas que importa...

Se o coração bate mais acelerado

Por essa sensação que é ímpar?

Ser avô.. que coisa linda!

 

Não se vê a hora do anjinho chegar!

Corre-se para a lojas... compra-se de tudo

Para o quartinho enfeitar:

São bichinhos de pelúcia...

Cortinas de renda...

Até a cadeira de balanço,

Para o bebê acalentar!

 

Busca-se no baú das lembranças

As cantigas de ninar!

Parece que os dias não passam

O tempo fica ali.... zombando da gente...

Retardando o grande momento.

 

Mas... quando ele é chegado...

A emoção toma conta da gente!

O coração parece ficar pequenino

Para tanta emoção suportar!

As lágrimas surgem teimosas...

junto ao riso de contentamento!

 

Ah!... A emoção sentida

Não pode ser explicada...

Não há nada semelhante!

Aconchegar o netinho ao peito...

Tão miudinho...dependente...

É como apertar nos braços

O próprio filho... novamente!

 

 

 

 

 

 

NO DIA DO PAI

Maria da Fonseca

 

 

 

Pai das minhas três Meninas!

Elas também me agradecem

Por contigo ter casado

Pelo amor que te merecem.

 

Com amor foram geradas,

Com desvelo recebidas.

Não há Pai mais amorável

Pràs suas filhas queridas.

 

Hoje é o teu dia, Amor,

E o de S. José também.

Todos os outros do ano

Sejam bons dias.

Amém.

 

 

Todo o amor te dedicar

É esse o nosso desejo.

Ao Marido e Pai amigo,

Um mui carinhoso beijo.

 

Lisboa, 19.03.06 

 

 

 

 

 

A MEU PAI

Maria da Fonseca

 

 

 

"Sonho-me às vezes rei nalguma ilha"!

Se o poema me dá tanto prazer,

Meu coração não deixa de doer

Com a saudade imensa duma filha.

 

Recitavas pra mim, que maravilha

Dares-me assim Antero a conhecer.

Jamais eu deixaria de reter

As emoções vividas em partilha.

 

Vibro de novo, ao escutar agora

Versos que te ouvi declamar outrora

E que eu mantive na alma adormecidos.

 

Afasto-me daqui por um momento

Até onde me leva o pensamento

E é a tua voz que encanta os meus sentidos.

 

Lisboa, 1.05.04

 

 

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