CONSTATAÇÃO

by Grace Spiller

 

 

Impiedoso,

o calendário assinala

longos dias e noites insones...

 

O coração resiste,

no tic-tac insiste

e, contando as horas,

espera-te.

Mas tu não vens!

 

No corpo, contidos,

abraços e beijos ardentes

incendeiam a saudade

que, na calada da noite,

mais se abre

na espera de ti!

 

No travesseiro,

incontidas lágrimas

teimam em fazer caminhos

salgando lábios e sonhos...

E tu não vens!

 

Na boca da noite

o eco dos suspiros tantos,

cansado,

grita a dor da desesperança,

a dor da constatação:

jamais virás!

 

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