A MUSA

by Grace Spiller

 

 

Sem pedir licença

Entrou no sonho do artista

E, sutil presença,

Deitou-se com ele

Na cama plena de amor-ausência.

 

Como todo amor platônico

Foi um vento bom,

Novo sopro de vida

A renovar seus sentires,

Banhando sua alma,

Tirando-o do chão.

 

E com aquela magia

Que as musas possuem

Choveu em seu coração ressequido,

Trazendo-lhe à face o sorriso

Esquecido no tempo,

Perdido na dor.

 

Ah! A musa!

Possivelmente

um amor derradeiro...

Entrou em seu sonho

E roubou seu coração

Feito amor-adolescente,

Feito o amor-primeiro.

 

 

 

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