Isinha!
Aos quatorze anos,
Atrás da porta, ouvi a conversa:
Mamãe contando às tias que estava grávida...
“A notícia, para mim, foi uma festa!”
Ansiosos todos ficamos,
Aguardando a nova criança
Que, certamente, seria homem:
“Essa era a esperança!”
Três meninas já na casa,
Ah, era trabalho demais!
“Mulher dá preocupação!”
(Essa, era a idéia dos pais)
Até o nome,
Escolhido já estava...
Mamãe massageava a barriga
E, de José Roberto, o chamava!
E fomos num belo Domingo
Na casa no “nono” almoçar.,
Mamãe começou a passar mal
E o pai teve que a internar.
Quando à tardinha ele chegou,
Querendo notícia, corremos perguntar:
“O que é?! O que é?!”
Mas, com cara de mistério
(bem que ele tentou ficar sério!),
Ante nossa pergunta abelhuda,
Rindo-se, ele respondeu:
“É uma outra ‘borrachuda’!”
Pula daqui, pula dali,
Todo mundo a se abraçar,
Esquecidos até que era um menino,
Que estávamos a esperar!
À noitinha, no hospital,
No berçário queríamos entrar
Para segurar a linda moreninha,
Fofinha e cabeluda, que estava a nos mirar!
Quando para casa ela foi,
Não nos cansávamos de a olhar...
Brigávamos, Alice e eu,
Querendo a Isinha segurar!
A pobrezinha não tinha sossego,
Nem dormir ela podia!
O tempo todo no colo das meninas,
“Era a boneca da Alice e da Maria!”
Tanto eu a amava,
Que tudo fazia por ela!
“Até suas fraldas eu lavava”
E achava a tarefa muito bela!
Hoje, mulher feita,
Prepara-se para uma nova vida:
Complementar-se no casamento,
Com a pessoa querida!
E eu, aqui à distância, vibrando:
“Desejo-lhe toda a felicidade do mundo, Isinha!
Mulher, mas, para mim, eterna-menina:
Misto de irmã e de filhinha!”
Mil beijos e todo o amor do mundo,
Dessa irmã que não a esquece,
Mª Graça
Porto Alegre - 25/10/92
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